quarta-feira, 6 de maio de 2009

Coronel é preso em Niterói por fazer críticas à segurança pública


Coronel é preso em Niterói por fazer críticas à segurança pública

Eduardo Schmalter

O coronel da PM Ronaldo Antônio de Menezes, de 54 anos, se apresentou ao 4º Comando de Policiamento de Área (CPA), no Centro de Niterói, no início da tarde de ontem, para cumprir quatro dias de prisão disciplinar, determinada pelo Comando Geral da Polícia Militar. O oficial, que já foi secretário de Segurança de Niterói e comandante do 7º BPM (São Gonçalo), dentre outros cargos, foi punido por escrever um artigo no blog do coronel Paulo Ricardo Paúl, onde criticava a segurança pública e o aumento do número de policiais fazendo "bicos".

Acompanhado do coronel Ubiratan Ângelo (ex-comandante geral da PM), Menezes contou que não se arrepende de ter publicado o artigo, por não ter citado o nome de ninguém, e afirmou que não teve a intenção de ofender nem criticar qualquer autoridade. Ele disse ainda que se baseou no artigo 5º da Constituição, que garante a livre expressão de pensamento.
O coronel Mário Pinto, comandante do 4º CPA, cargo que também já foi ocupado por Ronaldo Menezes, falou sobre o colega detido.

"O coronel Menezes foi da minha turma de oficiais e nunca apresentou problemas de relacionamento. Quanto à prisão, acho que é uma medida administrativa, que não cabe a mim comentar".

Menezes está lotado na Diretoria Geral de Pessoal (DGP), para onde foi transferido após participar de movimento de reivindicação dentro da PM chamado "Grupo dos Barbonos".

Ele é um dos policiais militares mais antigos do Estado e já comandou diversas unidades da corporação como o 21º BPM (São João de Meriti), o 1º BPM (Palácio Guanabara), o 6º BPM (Andaraí) e o Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRv).

Direito – Presidente da Associação dos Ativos e Inativos da PM e dos Bombeiros (Assinap), Miguel Cordeiro divulgou uma nota, na qual criticou a prisão de Menezes.

"Apesar dos 200 anos de Polícia Militar, a instituição não evoluiu com o tempo. Tolir o direito de um cidadão se pronunciar sobre determinado assunto é inconstitucional. O policial militar tem o direito de falar o que pensa. O coronel Ronaldo Antonio de Menezes exerceu seu direito de comentar sobre um assunto polêmico... sou contra a prisão disciplinar de um policial militar que exerceu seu direito de cidadania", diz parte da nota.

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